segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Atos do educar

Olá Pessoal,

Iniciei em outro espaço de discussões algumas reflexões sobre as questões de indisciplina associadas a ideias de desrespeito e punição de crianças e adolescentes dentro e fora da escola, e acredito que as mesmas podem ser tecidas nesta rede social do meu Blog Leituras Diversas. Comecei por refletir sobre o conceito de punição.
Em uma breve pesquisa pelo mecanismo de busca do Google alcancei algumas publicações na rede, mas me detive a uma apresentação do autor Nelson Novaes Neto que tece alguns mapeamentos sobre "Punição positiva X negativa", disponível em: <http://www.slideshare.net/nnovaes/punio-positiva-x-negativa>. Nesta o Neto (2010) destaca Sidman (1989):
“Sempre que vemos uma ação produzindo a perda de um reforçador positivo, ou a produção de um reforçador negativo, dizemos que a ação está sendo punida.” (Sidman, 1989, p.59)
Em conversa com a autora Saly da Silva Wellause (2007)pelo artigo "Os dispositivos de poder e o corpo em Vigiar e Punir", disponível em: <http://www.unicamp.br/~aulas/pdf3/26.pdf>. De onde destaco a seguinte citação:
"A disciplina não pode ser exercida sem uma cumplicidade com o ativo, o orgânico. O corpo, preparado para a docilidade, opõe-se ao poder e mostra as condições de funcionamento próprias a um organismo. A docilidade só poderá ser obtida, se for dada uma atenção especial às forças e às operações específicas do corpo; não se pode circunscrever o adestramento dócil apenas a um dispositivo mecânico e passivo.
Mais uma vez, Foucault inverte a ótica que analisa negativamente o poder; é preciso abandonar o uso de expressões que indiquem exclusão
- “reprimir”, “recalcar”, “censurar”, “ocultar”; é preciso inverter as tonalidades, passar do mecânico ao orgânico, do negativo ao positivo. O corpo dócil torna-se hábil, eficaz, rentável, porque constrói, realiza. Uma potência do corpo existe nessa “economia positiva”, onde coação não é mais sujeição" (WELLAUSEN, 2007, p. 19).
Entre o olhar primeiro da psicologia e em segundo da filosofia tento refletir sobre as nossas práticas no cotidiano dentro e fora da escola. Ainda com Wellausen (2007, p. 18) quando diz:
"O tema das práticas disciplinares sugere, tradicionalmente, a imagem da esterilização da vida. Os procedimentos de dominação interditam, bloqueiam as iniciativas  e as forças do corpo. Foucault retoma essa tese e a inverte, mostrando que as disciplinas não são negativas, mas “positivas”: o corpo não é passivo, ao contrário, é ativo. É preciso dimensionar a criação “disciplinar” de potências corporais e de atitudes, para isso, torna-se necessário que as práticas disciplinares, para serem eficazes, sejam invisíveis."
Seguindo as práticas invisíveis no sentido das emoções que atravessam o cotidiano de crianças e adolescentes em diferentes situações sociais, educacionais entre outras que tipo de estímulos, ações e pensamentos nos levam a intervir no processo de desenvolvimento desses outros seres humanos? Será que nossa expectativa sobre a reação de crianças e adolescentes não vai de encontro com o que oferecemos, enquanto sociedade, como tratamento humano?
Certezas são temporárias sobre essas questões que nos levam a pensar no dia a dia contemporâneo...
Ciberabraços,

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